Percepções de uma habilidosa advogada também em cinema

Foto: Atriz Leandra Leal contracena com Milhem Cortaz em O Lobo atrás da porta.

Pedindo vênia aos quantos me assistem aos domingos, na coluna de hoje abro espaço às “percepções” de uma jovem e atuante advogada, mas também “cinemista” – até em razão de suas reais origens –, ao fazer reflexões deveras filosóficas sobre o conteúdo de uma obra fílmica que assistiu recentemente.

O juízo (melhor, o “iudicium”, usando um termo bem pertinente ao seu métier profissional) que minha filha Alexandra Luna faz sobre a temática do filme de Fernando Coimbra, um thriller dramático, nos remete a momentos reflexivos sobre o nosso universo social, mais ainda, à praticidade do próprio cotidiano da cidade em que vivemos, onde a natureza humana aprendeu a ter múltiplas faces.

E aqui (Ad hoc) passo às breves reflexões de minha talentosa causídica: 

“Àqueles momentos em que nos deparamos com uma nova percepção sobre coisas que nos são familiares e sobre as quais, inclusive, já temos opinião firmada, a consciência é de que fugaz é a sensação para nós.

Adoro a ideia de que sempre é possível ampliar, modificar, redefinir filosofias, paradigmas, conceitos, interpretações. É libertador! E sigo nesse lema.

Em O Lobo atrás da porta, filme nacional lançado em 2013 com Leandra Leal, que em companhia de Fabíola Nascimento comprovam pertencerem, ambas, à “bonne récolte” (boa safra) de atores brasileiros de sua geração, me questionei mais uma vez…

Assisti ao filme, despretensiosa quanto as percepções que teria ao final sobre ele. Confesso que a temática em si não me atraiu, mas fiquei curiosa; Foi uma feliz escolha, com ressalvas, não nego.

O desfecho, frio, injusto!? Poder-se-ia dizer dele também, “politicamente incorreto”, mas verdadeiro, intenso, chocante. Ah… uma narrativa que prende, questiona, instiga!

Para quem não está a procura apenas de “happy end”, vale o desfrute dessa “leitura” social, cotidiana, pelo impacto do que percebemos ser capazes os seres humanos e o auto questionamento sobre a Lei de Talião.”

Como se vê, nossa ilustre convidada não adentra pormenores narrativos da história contada, também não entrega realmente o epílogo do filme; e nem deveria… Uma obra de arte, por si só, sempre nos induzirá às interpretações múltiplas, deveras pessoais. E mesmo não sendo uma advogada criminalista, Alexandra apenas considera O Lobo atrás da porta um filme de tema bem atual aos dias de hoje, alertando para aquilo que tem sido usado atualmente no mundo do crime: “olho por olho, dente por dente”. E para quem esqueceu, aqui vai uma ajudinha: A Lei de Talião consiste na rigorosa reciprocidade do crime e da pena. Uma pessoa que fere a outra deve ser penalizada em grau semelhante.


APC: Parabéns à nova ACCAL-Litorânea

A presidência da Academia Paraibana de Cinema se congratula com a direção da nova Academia Cabedelense de Ciências, Artes e Letras Litorânea (ACCAL), fundada esta semana na cidade de Cabedelo. Agradece ainda pela indicação de alguns dos nossos patronos naquela entidade, no caso, cineasta e escritor Walfredo Rodriguez, Ariano Suassuna, Willis Leal e Jurandy Moura, citados em recente publicação pelos acadêmicos da ACCAL Tânia Castelliano e Francelino Soares, respectivamente, cadeiras 01 e 33.

Importantes nomes das artes e das letras, na Paraíba, são patronos da nova entidade cabedelense: Pedro Américo, Altimar Pimentel, Augusto dos Anjos, Américo Falcão, João Lelis de Luna Freire, advogado, jornalista e que foi redator de A União, cuja cadeira 19 será ocupada pelo seu filho, o escritor e causídico Jorge Costa de Luna Freire, que teve como patrocinadora, na sua posse, a também advogada Alexandra Cavalcanti Luna.