Faculdade Dulcina de Moraes fez parte de mim, em Brasília

Foto: “Galeria da Faculdade e do Teatro Dulcina de Moraes no Conic, em Brasilia.”

No final de agosto, fez 25 anos da morte de uma das mais importantes damas do teatro brasileiro. Dulcina Mynssen de Moraes nasceu no estado do Rio de Janeiro, na cidade serrana de Valença, tendo como padroeira Nossa Senhora da Glória. Localidade rica em sobrados antigos e fazendas, outrora um dos centros mais importantes da cultura do café.

Conheci sua história de vida quando fazia o mestrado na Universidade de Brasília, entre os anos de 1992 e 1994. Estudava na UnB pela manhã e dava aulas de Artes Visuais/Cinema, na Faculdade Dulcina de Moraes, à noite. Cursos que ministrávamos nos espaços superiores do Conic, entrando pela Galeria atrás do Teatro Dulcina de Moares, no centro de Brasília. Onde vi pela primeira vez, o polêmico filme de Bertolucci “Último Tango em Paris”, em um cinema ali existente. 

Morava na SQN216, havia apenas umas três quadras até a L3 Norte, não muito longe da UnB. Apesar de possuir veículo, gostava muito de peregrinar algumas vezes até o Minhocão, onde ficavam as salas de aulas. Quando não, após deixar a esposa Lili na Defensoria Pública, onde tinha audiências, na W3, dava carona às minhas duas crianças, que estudavam no Colégio Santa Rosa, começo da L2Sul, passando pela Catedral Metropolitana. Um trajeto matinal que encantava meu casal de Alexandres, embora jamais comparado às suas belas destrezas sobre patins e bicicletas aos domingos, nos “Eixões” fechados aos domingos para o laser e caminhadas dos citadinos. 

Quando não tinha aulas logo cedo na UnB, dava uma passadinha lá no amigo Lynaldo Cavalcanti, na ABIPTI, também na Asa Norte, para cuidar da redação e impressão, em xerox, do jornalzinho que editava da instituição. Foram prazerosos dois anos de muita distração e estudos na Capital Federal, mesmo num período tumultuado que foi o do “Fora Color!”. Com faixas que encobriam parte do Conjunto Nacional e do Terminal Rodoviário de Brasília.   

Como se vê, Brasília é formada por uma “sopinha” de letras e números, em tudo que são avenidas e blocos residenciais. Mas, foi satisfatório vivê-la… 

Pois bem, além da inusitada arquitetura urbana, que encantou a minha pequena Alexandra, quando lá chegou, muitos dos símbolos da cidade ainda continuam fazendo parte de nossas memórias: a ABIPTI, criada por Lynaldo ao assumir o CNPq em 1980, amigo a quem fizera assessoria de imprensa, quando reitor da UFPB; a Universidade de Brasília, onde fiz o mestrado sob orientação do professor-doutor Pedro Jorge de Castro, cineasta de “Tigipió” (com o paraibano José Dumont); as idas ao Teatro Municipal e ao shopping do Conjunto Nacional; as lojinhas de CD e DVD do Centro Comercial da SQN-216, onde morávamos; enfim, a Faculdade Dulcina de Moraes, onde ensinei, licenciando-me, enfim, quando retornei à Universidade Federal da Paraíba. Então, por que todas essas memórias? Hão de me perguntar. Respondo sem pestanejar: Em saudação à importante instituição de ensino superior “Dulcina de Moares”, a cuja criadora e patronesse vimos homenagear nesse agosto passado. Mês que completa 25 anos de seu prematuro falecimento, em 1996.


API cria Museu de Imprensa “Wills Leal”

Início deste mês, a Associação Paraibana de Imprensa fez homenagem especial ao jornalista Wills Leal, criando o Museu da Imprensa com o seu nome. Bem posta a ideia de prestar tributo ao jornalista, crítico de cinema paraibano, falecido em maio do ano passado.  

O homenageado, que era também membro da Academia Paraibana de Letras, ocupava a cadeira 4 da Academia Paraibana de Cinema, cujo Patrono é Péricles Leal. Durante duas gestões, com a parceria do vice-presidente da APC, cineasta e também jornalista e crítico de cinema Alex Santos, são os responsáveis pela criação da instituição de cinema da Paraíba.