O Cinema como máquina de propagandas nazistas

Foto: “Excelente atuação de Ben Kingsley (Adolf Eichmann), em Operação Final.”

Na História do Cinema, como também em suas produções, haveremos de encontrar alguns relatos marcantes, sobre políticas e governos, que dizem respeito às organizações sociais no mundo. Sobretudo, em relação ao regime nazista. Quer seja através do cinema documental ou sob narrativas ficcionais; e são muitas as realizações.

Episódios que nos lembram diretores alemães famosos do cinema, como Werner Herzog. Diretor do clássico filme “Fitzcarraldo”, produção alemã de 1982 e que se passa na floresta do Peru, em início do século XX, trazendo no papel principal o caricato ator Klaus Kinski, inclusive com atuações de nomes brasileiros, como José Lewgoy, Grande Otelo e o cantor Milton Nascimento.

Mas, lembro também de “O Anjo Azul”, de Josef von Sternberg, com o mito Marlene Dietrich fazendo uma cantora de cabaré, no musical dos anos 20, tendo como cenário uma Alemanha já sob o comando nazista de Hitler. Citaria ainda, outras produções interessantes, como “O Pianista”, “A Lista de Schindler”, além do bem humorado (embora relatando um período trágico) “A Vida é Bela”, que se passa na Itália ocupada; entre outros filmes de igual importância histórica.

A propósito, vi recentemente no streaming “Operação Final”, dirigido por Chris Weitz em 2018, cuja narrativa fala do cruel oficial alemão Adolf Eichmann, protagonizado pelo excelente ator Ben Kingsley (Oscar, em “Gandhi”), e sua escapulida para a América do Sul, após a derrota do nazismo na Segunda Guerra, fixando-se na Argentina, onde é achado e preso alguns anos depois. O filme tem cenas interessantes sobre o tema, o que nos permite acreditar que o cinema alemão foi realmente importante na difusão do regime hitleriano, na tentativa de blindar o desânimo e a vergonha dos germânicos no final da guerra.

E há relatos vários sobre o cinema na Alemanha de Hitler sendo um dos principais meios usados pelo sistema de então, para a divulgação do regime: “O cinema foi um dos pilares da máquina de propaganda nazista.” Registra a história. O que reforça dizer que Adolf Hitler e o seu ministro da comunicação Joseph Goebbels usaram o cinema como arma poderosa para influenciar seus povos, principalmente. O que se sabe, inclusive, é que nas últimas semanas dos conflitos armados e com algumas cidades alemãs já em ruínas, filmes eram exibidos normalmente ao público, ignorando a derrota nazista.

Na realidade, Operation Finale de Chris Weitz é um filme oportuno de se assistir, para que possamos fazer uma reflexão séria sobre o momento atual brasileiro, diante das atuais ameaças veladas de uma possível tomada de poder pelos militares. A rigor, é impossível que acreditemos em medida tão antidemocrática e desonrosa ao povo brasileiro… E, no caso do acima relatado, o cinema nacional jamais se prestou a um papel análogo ao que se retrata nessa e noutras realizações de igual naipe, que conheça.


APC discute, em live, o cinema paraibano

O acadêmico Lúcio Vilar, cadeira 24 da Academia Paraibana de Cinema e coordenador geral do Fest Aruanda, comandou recentemente uma live de cinema do projeto “Aruandando no Campus”, que foi ao ar pelo YouTube. O entrevistado foi o ator paraibano de cinema, teatro e televisão Luiz Carlos Vasconcelos.

O entrevistado, que também é membro da APC, cadeira 34, (patrono, teatrólogo Cilaio Ribeiro), falou das pretensões em dirigir o seu primeiro audiovisual. Luiz Carlos Vasconcelos está, atualmente, na novela das seis da Globo, “A Vida da Gente”.