Netflix resgata em seriado conquista da Virgínia/USA

Foto: “Cena do desembarque dos primeiros ingleses no litoral da Virgínia USA, em Saints and Strangers.”

Um galeão zarpa da Inglaterra e cruza o Atlântico Norte com destino às terras da Virgínia, na costa leste dos Estados Unidos. A missão é meramente comercial, mas traz ainda na sua tripulação muitos peregrinos ingleses, entre eles mulheres e crianças, para se fixarem no Novo Mundo, criando mais uma comunidade virginiana e novo domínio da Coroa Britânica. O desembarque se dá no final de 1620 na acidentada costa americana, iniciando um conflito armado com os nativos da região.

Dentre os imigrados, um missionário que busca sempre a ordem entre ingleses e indígenas, pacificando os ânimos nas novas terras e realizando o primeiro Dia de Ação de Graça. A partir de então, os acordos comerciais, em escambo (aos ingleses “barter”), são praticados amplamente, que é a troca de produtos, ainda de bens e serviços, pela falta de cultura dos nativos sobre o conhecimento do dinheiro. Uma tradição remota, que nos lembra muito bem o escritor Alvin Toffler no seu admirável “A Terceira Onda”, que descreve o escambo como sendo a “primeira onda” no mundo dos negócios, entre os povos antigos.

Este é o tema básico de “Saints and Strangers”, que traz a direção de Paul Edwards e grande elenco. Uma produção americana em minissérie de apenas dois capítulos, lançada pela Netflix em 2015, já disponível pelo streaming. Um seriado que nos lembra alguns filmes também de temas parecidos, como é o caso de “A Missão” de Roland Joffé, com excelente atuação de Robert De Niro, e que se passa na Amazônia. Ainda, “1492: A Conquista do Paraíso” (Conquest of Paradise) de Ridley Scott, com o francês Gérard Depardieu, além de outros.  

Mas, há motivos bem pessoais que me fizeram embarcar nessa caravela peregrina do diretor Edwards: inicialmente, porque admiro a História das Civilizações; depois, em razão de algo bastante oportuno que seria falar sobre as origens do Estado da Virgínia, nos USA, onde reside há alguns anos – e como ela mesma afirma: “moro ao sul do Rio James, em Midlothian” – a minha prima Sônia, com quem sempre mantenho contatos pelo WhatsApp.

Pois bem, Soninha, se ainda não viu, assista à série “Santos e Estranhos”. Cuja narrativa é bastante linear e compreensível, bem peculiar de um filme de longa-metragem, trazendo dados bem pertinentes à época das grandes navegações e aos desembarques de colonizadores no Continente Americano. Sagas que, no caso desse seriado, ocorrem entre a Virgínia e Massachusetts, este que fica situado mais ao norte da costa leste americana.

Conforme dados da sinopse do seriado, existem fortes embates sobre valores, nas questões sociais, culturais e nas relações entre imigrados e os indígenas da região, por desentendimento das línguas faladas pelos grupos, evitando os acordos pela ocupação das terras e meios de sobrevivência. Em razão disso, “Lealdades em conflito culminaram questionamentos de fé, de ideologias e de compromisso, que perduraram até que se definisse a nação norte-americana atual”, segundo os informes do próprio filme.


APC: NOTA DE CONDOLÊNCIAS

A Academia Paraibana de Cinema, através de sua presidência e em nome de toda diretoria, lamenta a morte do jornalista Walter Galvão, membro da APC, Cadeira 11, cujo Patrono é o fotógrafo Ruker Vieira.

Walter Galvão faleceu na última quarta-feira em um dos hospitais de João Pessoa, vítima de câncer. No cinema, ele teve participação apenas na crítica especializada, sendo diretor de programação da TV Correio e diretor geral da TV Cidade de João Pessoa, segundo dados da sua biografia.