Quem assistiu à minissérie “O Gambito da Rainha” (The Queen’s Gambit) na Netflix, produção de 2020, deve ter se encantado novamente com a atuação da jovem atriz Anya Taylor–Joy de “A Bruxa” (The VVitch). Uma realização de 2015, e que já naquela época rendeu à adolescente alguns prêmios de Atriz Revelação em festivais internacionais.
Vendo o recente “Gambito…” semanas atrás, sobre o que já anteriormente comentei, veio-me a curiosidade de buscar alguns filmes anteriores da atriz. Foi quando assisti ao intrigante “A Bruxa”, roteirizado e dirigido pelo estreante Robert Eggers, que foi indicado também a várias premiações.
A ação do filme se passa nas terras da Nova Inglaterra, região dos Estados Unidos, nos primeiros trinta nos do século XVII. Um casal de ingleses de cinco filhos, uma jovem e quatro crianças, uma delas recém-nascida cujo pai é um pregador do Evangelho de Cristo. A família atravessa o Atlântico em busca da “nova terra” e é recebida por líderes religiosos de uma comunidade, que logo os discriminam como imigrantes do outro lado do oceano, acusando a família de presunção religiosa contra as leis locais da Igreja.
Os conflitos religiosos então abordados e que sempre existiram no mundo, não menos na Europa, e que foram moedas de alto valor político-histórico – e que vão se estender em questiúnculas entre ingleses e irlandeses, já nos anos setenta do século vinte –, sejam o mote principal do enredo e herança medieval de “A Bruxa”. Católicos e protestantes sempre viveram às turras. E, quiçá, por conta dessa história toda, a migração desse povo para as terras americanas tenha se justificado até hoje.
Não obstante a importância do fato histórico e época em que se passa o filme, o que mais impressiona na obra do diretor Robert Eggers é a segurança de uma narrativa bem conduzida, intercalada de alguns fades (out e in), como para definer uma espécie de “quadros históricos”. Mas o ponto alto estaria nas interpretações do elenco, notadamente da jovem personagem Thomasin, uma figura doce, de olhares expressivos, meigos, mas, que se transmuda no final em diabólico, justamente para ratificar o título do filme. É uma obra para se assistir muito bem, mas com um mínimo de conhecimento sobre História Medieval e suas implicações religiosas dessa época. Não sem razão que, mesmo antes de entrar para o cinema em 2015, Anya Taylor–Joy tenha desfilado em passarelas por onde andou. Sua performance em “A Bruxa” lhe rendeu prêmios como os de Gotham Independent Film Award, do Empire Award, e Fangoria Chainsaw Award. O que não é pouco para uma atriz tão jovem como ela. O “Gambito da Rainha” está aí para provar, quando foi agraciada como melhor atriz de minissérie no Globo de Ouro-2020, também pelo Sindicado dos Atores, entre outros.
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