Documentário revela a barbárie nazista até em criança

Foto: O garoto Peter (Knox Gibson), sendo perseguido na sequência final do filme.

Na história das civilizações, conforme sabemos, a figura de Adolf Hitler foi sempre polêmica; até mesmo hilária. Mas, por trás de uma mera aparência fardada existia um personagem desumano e truculento, que fazia valer seu desejo de alterar até a composição genética do mundo, chacinando raças e credos como se fossem “coisas”, ou simplesmente animais. Esse foi o tema de um documentário que assisti, lançado pela Netflix na sexta-feira da semana passada. A obra tem seu mérito histórico, por ter sido baseada em fato real, e nos faz lembrar do período negro do regime alemão nas primeiras décadas do século XX.

Com um título deveras insólito, “Perdoai-nos as nossas ofensas” (Forgive Us Our Trespasses), o curta-metragem de 13 minutos traça um perfil, embora sucinto, da barbárie que foi o período hitleriano nos anos trinta, na Europa, até meados da década seguinte com a Segunda Grande Guerra. E existe até quem afiance que, na sua histeria, ao ver coisas que não lhe diziam “perfeitas” e do seu agrado, Hitler tomava decisões de banir até crianças da face da Terra. E esse, como narrativa documental, é o destino cruel do garoto Peter (Knox Gibson) malsinado pela visão tosca de um ditador nazista, com seus comandados a perseguirem a família Weber do menino, que tem deficiência física de apenas um braço.

Perdoai-nos as nossas ofensas tem uma abertura bem peculiar para uma obra que retrata o período da ocupação europeia pelos nazistas. Numa sala de aula, crianças do ensino fundamental aprendem sobre os números com a professora, que indaga então como é possível as famílias viverem em tempos difíceis de guerra com pouco dinheiro (Reichsmarks). Bem à frente de todos, desenhada na parede, uma grade suástica “adverte” sobre o que se aprender em respeito ao Führer

O documentário não se aprofunda muito nas questões políticas vividas durante o ano de 1939, época da narrativa, mas nos deixam pistas como as da existência cruel de um tal programa de erradicação de deficientes físicos, o Aktion T4, que Hitler tinha como base de extermínio de pessoas sobretudo idosas e crianças. Criaturas que eram sacrificadas por não caberem em uma casta que o algoz denominava de “raça ariana”, sendo então submetidas ao Holocausto.

Com roteiro e direção de Ashley Eakin, o documentário pode até passar despercebido dos habituais aficionados do streaming, jamais daqueles que sempre buscaram na história as verdades que ainda não foram contadas. Como é o caso do Aktion T4, dos Campos de Concentração de Auschwitz e Dachau, por exemplo, onde milhares de judeus e crianças foram chacinadas.Perdoai-nos as nossas ofensas é uma obra interessante, principalmente nos dias atuais, com tantos excêntricos querendo se perpetuar no poder, até querendo se togar de Führer. Aliás, coisa que se espera não mais acontecer, inclusive no Brasil.


APC formaliza Ata de Reeleição de Zezita

A Academia Paraibana de Cinema, sob o comando de seu vice-presidente e professor João de Lima, realizou na terça-feira passada, pela manhã, um encontro nas dependências do Cine Mirabeau, no Bessa, com integrantes das diretorias e do Conselho Fiscal da APC. Para fins cartoriais, na oportunidade foram colhidas as assinaturas que regularizam a Ata de Reeleição da atual presidência, cujo mandato terminará em 2023. Participaram do encontro os conselheiros Alex Santos e o próprio Mirabeau Dias, que sugeriu uma pauta sobre as memórias cinematográficas na Paraíba, para o próximo encontro.

ENTREVISTA – Já a atriz Zezita Matos, presidente da APC, participou de entrevista na Rádio Cultura, na quarta-feira passada, dentro do programa Frequência Máxima, quando falou sobre sua considerável participação no cinema, teatro e televisão.