Oscar 2022: Cinema brasileiro permanece de fora

Foto: O cinema, além de arte é produto de mercado e tem suas especificidades, diferente do mero audiovisual.

Em mais de meio século, o que não se constitui nenhuma surpresa para os brasileiros, o nosso cinema fica mais uma vez de fora do mais celebrado festival de cinema do mundo. A 94ª edição do Oscar deve acontecer em Los Angeles, na Califórnia, em 27 de março próximo. Uma historieta que se repete ano após ano sobre uma arte que aprendeu a não ter pedigree. Nem mesmo, quando se optou por inventar, na década de cinquenta, um cinema-indústria com a invenção da Companhia Cinematográfica Vera Cruz de São Paulo, a Atlântida, no Rio de Janeiro, e mais algumas. Euforia aquela, na ânsia de se respaldar a movie-art, então considerada independente, sabendo-se que, no Brasil, nosso cinema sempre teve as moletas do Poder Público.
Desde a criação do Oscar, em maio de 1929, que o Brasil não celebra o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Atualmente, rotulado “Internacional” pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas der Hollywood.
Com uma ressalva: em 1960, uma produção franco-brasileira ganhava a estatueta dourada de Melhor Filme Estrangeiro com “Orfeu Negro”, embora sob a direção do cineasta francês Marcel Camus. Prêmio que a própria crítica brasileira reconhece como sendo para a França. Embora o filme se passe no Brasil e com características sociais, culturais e urbanas bem cariocas. Além de uma trilha sonora bem brasileira, como sabemos, sob “a influência da obra de Vinícius de Moraes”, que se traduziu bem sobre as imagens, e das canções “A Felicidade” de Antonio Carlos Jobim e “Manhã de Carnaval” de Luiz Bonfá.
Na semana passada, após o anúncio dos classificados ao Oscar deste ano, mais uma vez sobramos. Não que não tenhamos qualidade no que até então vimos realizando. Mas porque está existindo uma confusão muito grande – hoje exacerbada ainda mais, com as rotuladas “escolas de cinema” –, que é a falta de um entendimento diferenciado sobre o que seja a realização de um mero audiovisual e uma produção verdadeiramente cinematográfica.
A verdade é que o cinema de hoje tem mudado de front, passando então para o diáfano da telinha e à virtualidade da grande mídia, que é a Internet. Permutando-se os verdadeiros Stúdios de Cinema, principalmente nos EUA, como a Paramount, Warner, Universal, Metro e mais algumas, pelas atuais empresas, sobretudo de veiculação, em home distribution, de filmes, séries, programas televisivos ou mesmo arquivos digitais de áudio em podcast, a exemplo das marcas Netflix, Amazon, Globoplay, entre outras.
Este ano, o Oscar não terá mais uma vez a presença brasileira no pódio das estrelas. O Brasil foi escanteado pelo Japão, Itália, Dinamarca, Noruega e Butão, dos selecionados na categoria de Melhor Filme Internacional. Mas, há ainda uma mera fresta de luz nacional a ser celebrada no festival de 2022: o documentário Onde eu Moro, com direção do norte-americano Jon Shenk em parceria com o brasileiro Pedro Kos, esse que tem primado pelo “quadrado” (The Square) e pelo “lixo extraordinário” de seus compatriotas.
Como se nota, o Oscar (hoje considerado despido de maior seriedade), já não encanta tanto… E no caso do cinema (ou audiovisual) brasileiro não faz diferença alguma, ratificando uma tradição tupiniquim de mais de sessenta anos.


APC: Zezita continua na presidência até 2023

A Academia Paraibana de Cinema, com sede na Avenida Cabo Branco, em João Pessoa, Paraíba, CEP 58045-010, representada no ato por sua presidente Severina Zezita Sousa de Matos e seu Conselho Diretor, consoante o disposto no Art. 26 de seu Estatuto Social e Art. 15 do Regimento Interno, na terça-feira passada (dia 15), reuniu o seu Conselho Diretor em Assembleia Extraordinária, quando foi aprovada (Por Aclamação) a permanência da Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da entidade ao segundo mandato, que deve ser concluído em dezembro de 2023.

A Assembleia Eleitoral foi realizada por videoconferência, medida tomada pela atual diretoria da entidade, vez que as reuniões em ambientes fechados, com aglomeração, estão proibidas por decretos estadual e municipal devido a pandemia da Covid-19.