A importância histórica dos atuais acervos audiovisuais

Foto: Na Aquarius Filmes, em Recife-PE, seu gerente Gusmão com Ivan de Oliveira, Lauro e o cineasta Alex Santos.

Numa época de tantos abjetos descartes, bem posta é a providência de algumas entidades culturais do estado em promover a restauração de alguns arquivos audiovisuais, considerados valiosos, utilizando os atuais recursos digitais. São registros, como sabemos, que contam parte de nossa história no setor e que jamais devem ser negados ao testemunho das gerações futuras.

A informação nos foi passada esta semana pela Academia Paraibana de Cinema, entidade que congrega o dever e a finalidade de preservar os nossos acervos. Isto, previsto no Art.30 e incisos de seus estatutos, quando expressa: Lutar pela preservação e divulgação do cinema na/da Paraíba; Contribuir para o aprimoramento do cinema e mídias congêneres, como instrumento de divulgação dos valores humanos, culturais, científicos e artísticos; Incentivar as atividades audiovisuais. Dentre outras atribuições.

O projeto está sendo orientado e é uma colaboração entre a própria APC (Academia Paraibana de Cinema) e a Fundação Casa de José Américo, com a participação da Universidade Federal da Paraíba, através do seu Núcleo de Documentação Cinematográfica (Nudoc), colaboração do Instituto Federal de Educação da Paraíba e sua Coordenação de Produção Audiovisual.

Segundo informou o vice-presidente da APC, prof. João de Lima, nada menos de setenta horas de gravações em VHS estão sendo transcritas para o digital, “que futuramente estarão acessíveis por demanda de pesquisadores e consulentes em geral, que contarão com a praticidade da disponibilidade deste tipo de material do segmento audiovisual”.

A questão do resguardo da memória cultural, a priori, precisa ser levada à sério. E lembraria aqui, com bastante propriedade, os muitos acervos ainda existentes na Paraíba, ainda precisando por urgente restauração. E citaria como exemplos os do cineasta Machado Bitencourt, além dos cinejornais da Repsom Produções Cinematográficas Ltda, do jornalista Ivan de Oliveira, que eram exibidos no Cine Plaza antes de seu lançamento nacional através da Cia. Aquarius, do Recife-PE (foto). Distribuição essa que consegui com o gerente da Aquarius, Sr. Gusmão, com quem já trabalhava.

Os Cinejornais produzidos em película 35mm, (portanto, filmados), em alguns deles com redação minha e também do jornalista/ator Anco Márcio, de saudosa memória. Infelizmente, a parceria durou pouco e a distribuição do Cine Nordeste foi suspensa, justamente por falta de continuidade da própria Repsom. Coisas que sempre aconteciam com o nosso cinema dos anos sessenta e setenta. Houve sempre de pararmos no caminho por falta de grana, sobretudo, e de laboratórios fora do eixo Rio-São Paulo. Esse sempre foi o nosso gargalo em cinematografia…


APC: Zezita retorna de gravações em S. Paulo

A presidente da Academia Paraibana de Cinema, atriz Zezita Matos, que recentemente esteve em São Paulo participando das gravações de um longa-metragem, já retornou à Paraíba. Mas já na próxima semana ela vai à cidade de Caruaru, em Pernambuco, para as gravações de um novo longa, também dirigido por um paraibano.

A agenda de Zezita continua bastante intensa, dentro e fora do Estado, sobretudo em relação ao audiovisual. Em muitos deles, sendo premiada. Ao ser entrevistada em A União pelo jornalista Guilherme Cabral, afirmou que suas reais pretensões em relação ao teatro continuam as mesmas: “O teatro é a minha paixão e minha loucura”.