Um final de ano para celebrar a família e “coisas de cinema”

Foto: Meus netinhos Miguel e Arthur, ao lado, Albert Finney em Um Conto de Natal.

Sempre nesta época, o gesto utópico de bondade do “bom velhinho” me faz lembrar do clássico livro de Charles Dickens, “Scrooge” (Um Conto de Natal). Obra que saboreio durante as minhas habituais leituras de final de ano. Um musical natalino muito bem adaptado pelo cinema, em O Adorável Avarento, de Ronald Neame, e que trata da figura de um somítico comerciante inglês. O filme tem dois grandes atores: Albert Finney (o avaro) e Sir Alec Guinness, que retorna do inferno para afligir o seu sócio, transformando-o em uma pessoa benemerente. Um filme encantador, que assisto todos os anos em família, buscando rever o meu lado realmente sensível e natalino de ser; até cinematograficamente… Obra que me remete a uma outra especial do mesmo autor: Oliver Twyst.

Em verdade, o período natalino é e continua sendo mágico para mim, pela infância que vivi, tendo de meus pais Severino Alexandre e Maria José (Dona Neném), uma espécie de perene encantamento às tradicionais ofertas e mimos natalinos. Minha mãe, que evocava essas lembranças chamando-as de “memórias natalinas”, que tão bem vivenciei junto aos meus irmãos, tios e tias, sublimadas, ainda, no cotidiano do nosso próprio cinema.

Pois bem, se é possível usar uma metáfora para exaltar toda a fantasia que vivi, quando ainda criança, declaro que foi no cinema que tudo iniciou. Assim como há brilho do Natal, existem as luzes do Cinema. E no meu caso em particular, um verdadeiro Cinema Paradiso, história interpretada pelo garoto Totó, que é a cópia real do que fui na sua idade ao lado do meu pai, também me encantando com os écrans de sua “fábrica de sonhos” e com curtas temporadas na casa de minha tia Lica, próximo à Praça da Pedra e do Cine São Pedro, numa João Pessoa dos tempos das Lojas 4.400 da Avenida Beaurepaire Rohan, ao som do Jingle Bells de Luis Bordon com sua “A Harpa e a Cristandade”.  

O tempo passa indelével. E aí buscamos, no presente, resgatar aquela tão famosa expressão difundida pelo próprio cinema: “Imitation of life”, um dos clássicos filmes hollywoodianos do final da década de 50, com a atriz Lana Turner, um dos mitos da época, e o canastrão John Gavin. Filme ganhador de alguns Óscares, também de direção para Douglas Sirk. E essa mesma “imitação da vida” é que tão bem define a natureza do próprio cinema. Pois, a sua arte é a “arte da representação” da existência humana e das coisas, em seu sentido laico – seja a partir do ficcional ou do documental.

Assim, em mais este dezembro, se é fato que no cinema se plagia a vida (também na vida, imita-se a arte), relembro a partida daquele pioneiro da arte-do-filme, que sempre me foi tão caro – o meu pai, “Seu” Alexandre do cinema, hoje patrono e imortalizado pela sua Academia Paraibana de Cinema.

Mas, neste dezembro, para mim há também motivos de muitas alegrias. Comungo com a família, filhas, filho e netos o que representa de mais singular que é o sentimento natalino. Mesmo porque a descendência dos Alexandre se ampliou com meus dois netinhos: Arthur e Miguel Alexandre. O primeiro com 9 anos de idade, nascido no Dia de Santa Claus, e já “cinemista” atuante. O segundo, seu primo Miguel, pelo que se nota de sua graça e esperteza, com apenas 3 anos completados nessa segunda-feira (dia 27), deve soletrar a mesma cartilha, buscando o fascínio e luzes que só o cinema constrói ao nosso encantamento. Isso, para não falar de mais um casal de netos, já crescidos, Juninho e Lívia, igualmente motivo de minhas alegrias natalinas, também de muito amor.

Aos meus fiéis seguidores, amigos e familiares, Merry Christmas!


APC: Dia Mundial do Cinema

A presidência da Academia Paraibana de Cinema, sob comando da atriz paraibana Zezita Matos e do professor João de Lima, deseja a todos os seus integrantes e adeptos das artes audiovisuais paraibanas, Boas Festa e Feliz Ano Novo.

Comunica ainda que, na próxima terça-feira (28) estará celebrando o Dia Mundial do Cinema, na Sala de Projeções do Cine Mirabeau, no bairro do Bessa. E que, em razão dos tempos de pandemia e em respeito às medidas sanitárias vigentes, serão tomadas as precauções de contenção à Covid-19.